Conselhos para mulheres que estão iniciando em IoT
Confira a trajetória de Diandra Martini, Business Analyst na O.S Systems e seus conselhos para mulheres que estão iniciando em IoT.
Conte-nos um pouco sobre sua área de formação e trajetória profissional até este momento
Sou formada em Relações Internacionais com ênfase em gestão de negócios e, atualmente, respondo pela área comercial da O.S.Systems, que é uma empresa especializada em consultoria e desenvolvimento de sistemas operacionais embarcados e soluções para atualização Over The Air (OTA). Sempre atuei na área comercial, essencialmente com relacionamento e poder trazer essa experiência e contribuir com um meio disruptivo como o da tecnologia, tem sido incrível e desafiador.
Em que você se inspira profissionalmente?
Eu procuro me inspirar no trabalho de outras mulheres e lembrar daquelas que enfrentaram uma realidade com inúmeras objeções e, mesmo assim, fizeram muito pelas suas áreas como Katherine Johnson, Bertha Lutz, Joan Clarke… Da atualidade é impossível dizer uma só.
Também contei com gestores incríveis, que me incentivaram a buscar o aprendizado contínuo e que acreditaram muito em mim. Mas hoje, posso dizer que a minha fonte diária de inspiração é a equipe aqui da O.S. Systems. A dedicação, a busca constante pelas melhores soluções e o nível de comprometimento com os projetos me motiva a fazer sempre o melhor que eu posso. É um time de ouro.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou ou enfrenta na sua profissão por ser mulher?
Penso que o maior desafio para todas nós é conseguir o famoso “lugar à mesa”. A maternidade ainda exerce um peso muito forte na contratação e promoção de mulheres e isso afeta diretamente o modo como somos vistas pelo mercado de trabalho. Eu me considero privilegiada por contabilizar apenas experiências positivas até hoje, mas o assédio e a discriminação é uma realidade para muitas mulheres, infelizmente.
Como você enxerga o cenário de IoT no Brasil e a atuação da mulher neste nicho específico?
O cenário é muito promissor. Podemos perceber isso no agronegócio, por exemplo, cada vez mais o setor tem investido em IoT. O setor público também já percebeu essa possibilidade e acredito que virão maiores investimentos nos próximos anos.
A atuação das mulheres é fundamental para atingirmos uma perspectiva mais rica e diversificada para esse cenário. A tecnologia não surge do nada, ela é pensada e desenvolvida por pessoas e reflete muito da realidade onde elas estão inseridas. As mulheres têm uma sociabilização muito diferente da dos homens e trazer essa perspectiva contribui muito para a tecnologia. A variedade de experiências de vida é essencial na construção de ideias inovadoras.
Que conselhos você daria para as mulheres que estão começando a trabalhar com tecnologia e IoT?
Não desistam! O processo de aprendizado no mercado de tecnologia é árduo e contínuo. Na área técnica a exigência é ainda maior e o caminho até a aquisição de know-how é lento. Para as mulheres que estão em um contexto de casamento e filhos pequenos, conciliar isso é muito difícil. Já conheci mulheres que desistiram por isso, é triste. A complexidade não diminui para aquelas que não vivem essa realidade, mas não ter de se preocupar com rotinas domésticas e maternidade torna o processo mais prazeroso.
Penso que a principal mensagem seja buscar apoio em outras mulheres. Eu gosto muito de uma frase da Valeisha B. Jones que diz: “Se você se senta à mesa e não traz outras mulheres, então não está fazendo seu trabalho”. Indiquem outras mulheres, apoiem umas às outras, comemorem as vitórias. Essa revolução tecnológica da qual somos parte, é um momento muito importante da história para passarmos sozinhas.