Raquel Monteiro é a primeira entrevistada da série #IoTéCoisaDeMulher
Responsável pela área de novos negócios de IoT da American Tower do Brasil, a Raquel respondeu às nossas 5 perguntas e trouxe várias reflexões interessantes.
Qual a sua formação e qual foi a sua trajetória profissional até esse momento?
Sou formada em Administração de Empresas e Comércio Exterior. Eu iniciei a minha carreira em Real Estate, de 2008 a 2015, atuando como consultora de uma empresa americana.
Em 2015 entrei na mesma área da American Tower e esse foi meu primeiro contato com uma área tecnológica, mesmo que atuando nos bastidores de uma multinacional que oferece infraestrutura para grandes operadoras de telecomunicação. Dentro da empresa, fiz uma transição de área, com a chegada da tecnologia LoRaWAN ao portfólio de novos negócios da companhia, atuando no desenvolvimento de Novos Negócios de IoT, ampliando a minha atuação na área de tecnologia.
Quais os maiores desafios que você enfrenta na sua profissão por ser mulher? Já sofreu algum tipo de preconceito?
Como é uma área que possuem poucas mulheres atuando, um dos maiores desafios que, na minha opinião eu tenho, é que sempre tenho que redobrar a minha preparação técnica para apresentar um projeto ou trabalho, como forma de proteção para que a minha competência não seja colocada em questão.
Nunca sofri preconceito explicitamente, mas já senti que as minhas habilidades foram postas em xeque pelo simples fato de eu ser mulher.
Como você enxerga o cenário de IoT no Brasil e a atuação da mulher nesse nicho específico?
O cenário de IoT no Brasil, assim como no mundo, é de um enorme potencial e crescimento, já que caminhamos para uma sociedade cada vez mais conectada e automatizada.
De forma geral, o mercado sofre com a carência de bons profissionais na área, pois o próprio mercado está amadurecendo, e quando levantamos a questão de gênero nesse nicho e diante desse contexto, essas diferenças ficam ainda mais latentes. Por isso a iniciativa do IoT Labs #IoTéCoisaDeMulher deve ser olhada de forma superpositiva.
Que tipo de conselho você daria para uma mulher que queira trabalhar com tecnologia/ IoT?
Pensando na minha trajetória, como não sou formada num curso com foco tecnológico, corri atrás de formações técnicas complementares, além de interagir com profissionais que já trabalhavam na área e que pudessem me orientar, e que atuaram de certa forma como mentores. Além de estudar muito sobre o tema IoT e LoRaWAN, desde questões técnicas e de como o mercado funciona, foi também no dia a dia que, entre erros e acertos, aprendi a desenvolver a minha função dentro desse ecossistema. Por isso o meu conselho para as mulheres que queiram trabalhar na área: saibam em qual lugar vocês gostariam de atuar, pois o universo de IoT é enorme e complexo, estejam preparadas tecnicamente e tenham resiliência, pois o mercado sempre absorve profissionais competentes e preparadas.
Quem te inspirou na sua trajetória profissional?
Ao longo da minha carreira eu tive alguns gestores, parceiros e amigos, que foram uma referência para mim, por conta de sua postura ética e profissional, incluindo mulheres inspiradoras. Atualmente tenho na minha equipe, profissionais que diariamente me inspiram por conta das qualificações, postura e espírito de equipe.