Caroline Riley, CEO da Tacira, revela como desenvolveu e implementou estratégias inovadoras
Caroline Riley, CEO da Tacira, revela como desenvolveu e implementou estratégias inovadoras para algumas das principais empresas do mundo.
Conte-nos um pouco sobre sua área de formação e trajetória profissional.
Sou CEO da Tacira, startup de tecnologia que associa IA a IoT para monitoramento e interação com objetos à distância. Entre nossos clientes estão Hughes, AT&T, American Tower e Elsys. Com mais de 18 anos de experiência à frente de organizações e projetos, desenvolvi e implementei estratégias para empresas globais e líderes de mercado para América Latina, Estados Unidos e Europa. Trabalhei em inovação e gestão de produto na Nestlé, conduzi projetos para empresas como Bunge, B3, Fast Shop, Microsoft, incluindo fusões e aquisições, como a compra da Vivo pela Telefónica e a fusão entre LAN e TAM, que deu origem à LATAM. Como formação cursei Machine Learning no MIT, Computer Science for Business Professionals por Harvard, tenho um MBA da Madrid Business School – CEU IAM e me graduei na USP.
Em que você se inspira profissionalmente?
Minha maior inspiração são os chamados game changers, pessoas e organizações que mudam a forma de se fazer negócios e alteram a dinâmica de setores inteiros. Um exemplo disso é a Amazon, pioneira do ecommerce, que aproveitou os benefícios logísticos de uma loja virtual e criou os algoritmos de recomendação.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou ou enfrenta na sua profissão por ser mulher?
Como mulher, você se acostuma a provar seu valor constantemente. Na maior parte das reuniões que participo, sou a única mulher. É comum que as pessoas se dirijam ao homem que está a seu lado, ainda que ele seja de sua equipe e não esteja conduzindo a conversa. Piadas e comentários inadequados também acontecem. Estar mais preparada, ter jogo de cintura e não se afetar por situações como essas são desafios.
Como você enxerga o cenário de IoT no Brasil e a atuação da mulher neste nicho específico?
Na minha opinião, IoT tem o poder de mudar a forma como vivemos em todo o mundo. Serão bilhões de dispositivos conectados produzindo uma enorme quantidade de dados e gerando oportunidade para novos negócios, seja para maior conveniência das pessoas ou para otimização de processos e custos. A associação de IoT com IA é poderosa tanto no aspecto da análise dos dados quanto das possibilidades de interação criadas, como comandos via voz ou customizações por usuário. No Brasil, as projeções de crescimento são animadoras e o Plano Nacional de Internet das Coisas veio reforçar isso. Nós apostamos no setor de segurança como um motor para o crescimento de IoT no Brasil.
As novas tecnologias recriam o mundo. Se elas são produzidas em sua maioria por homens, é natural que elas carreguem sua visão de mundo. A revisão dos assistentes de voz, apoiada pela Unesco, demonstra isso. A mulher tem bastante a acrescentar, trazendo seu talento e seus valores na criação de tecnologias para um mundo com maior equidade.
Que conselhos você daria para as mulheres que estão começando a trabalhar com tecnologia e IoT?
Meu conselho para as mulheres no setor de tecnologia e em outros setores com maioria masculina é: acreditem em si mesmas, acreditem umas nas outras. Dar oportunidades a outras mulheres e enxergar o valor profissional além de nossos vieses comportamentais pode contribuir para melhorar a equidade entre gêneros. Os outros conselhos seriam os mesmos que daria a profissionais iniciantes: buscar conhecimento constantemente, automotivação, cooperação e resiliência.